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Além da Oficina de Gênero, outras oficinas estão previstas para acontecerem ao longo do ano de 2019 como parte do processo formativo "Círculos em Movimento" com os professores da Escola Matias Beck.
A formação de profissionais das escolas que lidam cotidianamente com adolescentes e os seus conflitos é uma das atividades que o Instituto Terre des hommes Brasil realiza na temática da prevenção à violência, com o cofinanciamento da Kindernothilfe (KNH). E dando continuidade ao processo formativo “Círculos em Movimento” para as escolas beneficiadas pelo projeto “Mucuripe da Paz”, aconteceu na tarde de hoje (28), na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Matias Beck, no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza (CE), a Oficina de Gênero, com representantes da gestão e os professores da escola. A oficina foi facilitada pela pedagoga Kezzia Cristina Silva, assessora político-pedagógica da organização da sociedade civil Diaconia, instituição parceira na realização do workshop. Ao longo da atividade, eles participaram de dinâmicas e tiveram a oportunidade de se reunirem em grupos para discutirem sobre o assunto e compartilharem entre si casos reais de violência envolvendo diferentes relações de gênero. Também estiveram presentes na formação os adolescentes Karolaine Santos e Cícero Silva, beneficiários do “Mucuripe da Paz”.
Para Magna Martins, professora de Sociologia da Escola Matias Beck, a formação foi importante porque trouxe uma reflexão sobre o tema aos docentes, cujo intuito foi de proporcionar melhorias na relação com os alunos no ambiente escolar. “A oficina foi válida devido à diversidade de alunos que temos na escola e à violência que eles sofrem em casa, e eles não sabem lidar com as situações de violência. Então, vejo como de muito proveito a formação para nós professores, diante dos fatos que presenciamos cotidianamente na escola”, afirmou Magnas Martins. Ainda iniciante na docência, o professor de Química da Escola Matias Beck, Gilson Araújo, considerou a oficina como um complemento para o seu processo de formação e uma oportunidade para aprender a como agir diante de casos de violência envolvendo questões de gênero. “A formação trouxe para mim mais conhecimento para saber como lidar com as diferenças e as diversas situações que a escola vai me proporcionar vivenciar no futuro, nesse contato professor e aluno, já que o professor é o principal mediador em muitos casos”, relatou Gilson Araújo.
Os professores tiveram um momento para refletir e discutir sobre casos reais de violência envolvendo questões de gênero.
A pedagoga Kezzia Cristina Silva entende que as relações de gênero perpassam todas as relações humanas. Segundo ela, vivemos em uma sociedade marcada por uma relação de gênero que é desigual a partir da relação entre homens e mulheres, e por isso se torna fundamental pautar a discussão sobre o tema entre os professores, para que eles entendam que existe violência de gênero e que isto torna as relações desiguais. “A escola é o principal veículo de educação formativa de alunos e alunas. Então, pautar o assunto na escola é de suma importância para o desenvolvimento humano, para termos uma sociedade mais justa, onde as pessoas possam se relacionar de forma igual, com igualdade de direito, pautada no respeito pelas diferenças de gênero, de orientação sexual e por aí vai”, opinou Kezzia Cristina. Em sua opinião, mais do que uma necessidade, o tema merece ser tratado e discutido atualmente com urgência pelos profissionais da área da Educação. “Temos casos de feminicídio sendo noticiados diariamente nos jornais. São mulheres que estão sendo violentadas todos os dias. O tema precisa ser tratado, inclusive, já como um caso de saúde pública. Então, trazer o assunto para uma discussão educativa pode ser transformador para a sociedade”, refletiu a pedagoga.
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