Um novo olhar para a vida

A fase da adolescência é uma etapa na vida de todo ser humano que traz incertezas, mudança de comportamento e uma tomada de consciência da realidade e do contexto social em que vivem os adolescentes, independente de classe social.

Uma das atividades do projeto Mucuripe da Paz – desenvolvido pelo Instituto Terre des hommes Brasil com o cofinanciamento da Kindernothilfe – é trabalhar a autoestima, a integração e a conscientização dos direitos e deveres de crianças, adolescentes e jovens que residem em comunidades do Grande Mucuripe, em Fortaleza.

Fruto da parceria interinstitucional com a associação Amigos em Missão (AMI), no bairro Vicente Pinzón, o projeto acolheu em julho deste ano a adolescente Ana Karine da Costa Gomes, de 13 anos, que além de fazer semanalmente atividades como ballet e muay thai na AMI, desde os sete anos, ela participa de encontros do projeto Mucuripe da Paz.

Influenciada por fatores sociais que enfrentava no cotidiano de sua vida, Ana Karine passou a apresentar no início da adolescência dificuldades de se adaptar aos acordos de convivência internos, nos diferentes locais onde frequentava, o que gerava conflitos com membros de sua família e com os colegas e professores.

Foi então que a AMI sentiu a necessidade de encaminhá-la para participar das atividades do Mucuripe da Paz, visando gerar na adolescente uma mudança de comportamento que serviria como lição para a vida, além de fazê-la entender os seus direitos e deveres para que ela pudesse compreender a importância de colocá-los em prática nos ambientes sociais onde circula no seu dia a dia.

A jovem aceitou se engajar no projeto e passou, aos poucos, a compreender e a internalizar em sua mente novos conceitos acerca da sua realidade e a ter também uma melhor percepção sobre o contexto social que vive as outras pessoas que ela se relaciona todos os dias.

Conheci o projeto através da AMI. Na época, precisava de beneficiários da AMI para participar do projeto e eu fui uma das escolhidas. Aí conheci o Mucuripe da Paz e passei a ir frequentemente aos encontros. Foi muito bom! As pessoas se comunicaram comigo e eu logo me enturmei com elas. Com o decorrer do tempo eu aprendi sobre os meus direitos e deveres, a como me comportar melhor nos locais que eu andava, a me importar com os sentimentos do próximo e a tratar as pessoas com respeito e educação. Posso dizer que é um projeto que realmente me acolheu.

Ana Karine.

A adolescente conta que a primeira atividade que participou foi uma roda de conversa com adolescentes e jovens na qual discutiu sobre amizade e liderança juvenil. Recentemente, ela marcou presença na Oficina de Capacitação em Alfabetização Midiática e Edição de Produtos de Mídias Digitais, onde aprendeu a como identificar fakenews e a produzir podcasts.

Nos debates comunitários, encontros de formação e reuniões do projeto, Ana Karine não perde a chance de expor suas opiniões, de falar o que sente e de externar o porquê de estar sentindo algo.

O Mucuripe da Paz foi um canal que contribuiu para que eu viesse a saber me expressar melhor e a ter minha voz ouvida”, afirmou a adolescente. Para ela, o projeto representa uma importante porta de acolhimento para adolescentes e jovens, uma forma deles saberem sobre seus direitos e deveres e como se colocar diante da sociedade atual em que vivem. Hoje, eu posso dizer que estou bem, alegre e animada. Também me considero uma menina mais madura, uma garota que sabe se colocar no seu lugar, mas também sabe respeitar as pessoas.

Ana Karine.

Cofinanciamento

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