Adolescente é protagonista na comunidade

Rilton Fernandes entrou no projeto Mucuripe da Paz em meados de 2016. De lá para cá, o olhar do adolescente para a vida, família, amigos e pessoas que estão no seu entorno na escola e na comunidade, mudou para melhor, pois passou a ver o próximo com um olhar mais humano, sempre pensando na construção da cultura de paz nos ambientes que circula no dia a dia.

A história do adolescente é só uma entre várias outras que temos no projeto, quando se fala dos resultados das atividades realizadas com o público infantojuvenil, desenvolvido pelo Instituto Terre des hommes Brasil em comunidades do Grande Mucuripe, em Fortaleza (CE), com o cofinanciamento da Kindernothilfe (KNH).

Rilton Fernandes, de 15 anos, conta que conheceu o Mucuripe da Paz em uma atividade ocorrida na Escola de Ensino Fundamental e Médio Murilo Borges Moreira, localizada no bairro Vicente Pinzón, onde atualmente estuda. Foi só o início de um novo tempo na sua adolescência.

A partir do momento em que começou a se engajar nas ações do projeto, melhorou a convivência e o relacionamento com os colegas antigos e os novos, onde passou a evitar se envolver em conflitos por motivos insignificantes:

Eu me sinto grato por ter passado a fazer parte do Mucuripe da Paz, porque conheci pessoas novas, fiz novas amizades e tive a oportunidade de facilitar círculos de diálogo e ajudar outras pessoas na construção de uma cultura de paz, sem falar que a minha voz passou a ser ouvida tanto pela comunidade quanto pelas autoridades.

Entre as atividades que já participou, ele relaciona os círculos de diálogo, as rodas de conversa, os debates comunitários e o Cantos de Paz, evento cultural que almeja um dia conduzir com outros adolescentes e jovens beneficiários.

Rilton espera um dia conduzir o evento cultural Cantos de Paz, que periodicamente acontece nas praças e em equipamentos públicos do Grande Mucuripe.

Em junho de 2017, Rilton Fernandes chegou a discursar na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) na ocasião de uma audiência pública para debater o monitoramento do Plano Municipal Decenal das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto destinadas a adolescentes que pratiquem ato infracional na cidade de Fortaleza.

No evento, ele lembra que falou sobre o aumento da criminalidade e da marginalidade dos jovens em Fortaleza, da abordagem policial nas comunidades e da falta de prioridade do governo para a área da Educação, onde ressaltou a ausência de mais recursos para a merenda escolar.

Uma situação que mais lhe marcou ao longo desse tempo como beneficiário do projeto até aqui foi quando conduziu um círculo de diálogo sobre a temática do bullying. O adolescente afirmou que ficou impactado com os relatos que ouviu de uma pessoa durante a atividade, o que motivou ele ainda mais conduzir outros círculos como forma de contribuir para a prevenção da violência no ambiente escolar e comunitário.

Para ele, as ações de prevenção à violência realizadas nas escolas e na comunidade são importantes para conscientizar as pessoas a construírem uma cultura de paz, para que “continuem no caminho do bem e fazendo o bem”.

Com o tempo, nós podemos construir isso não só com a comunidade, mas também com o envolvimento dos adolescentes, dos jovens e das outras pessoas que vierem se agregar ao projeto. Mesmo sendo poucos, nós adolescentes e jovens que fazemos parte do Grupo de Referência, eu acredito que nós já estamos fazendo a diferença. Nós vamos à luta, à batalha e estamos conseguindo dar um bom resultado para o projeto.

Rilton Fernandes.

Segundo o beneficiário, o Mucuripe da Paz representa uma oportunidade de crescimento e maturidade na fase da adolescência que hoje vive. “Eu sei que eu vou levar isso para o resto da minha vida, porque foram muitas e muitas coisas boas que vivenciei no projeto. Foram muitas as ações que conseguimos realizar de forma bem impactante, não só para mim como um adolescente facilitador, mas também para os outros beneficiários e para as pessoas que nós conversamos e conscientizamos”, concluiu.

Cofinanciamento

MAIS POSTS