O futuro das crianças e jovens é uma responsabilidade coletiva que transcende fronteiras e molda o amanhã. A importância da prevenção contínua do abuso sexual contra crianças e jovens é como um fio invisível que costura a trama da sociedade, criando um tecido resiliente em que a confiança e a segurança florescem.
Nesse jardim frágil e promissor, o Instituto Terre des Hommes Brasil (TdH), em cada ação preventiva, vem plantando uma semente, nutrindo a esperança de um futuro onde os pequenos possam crescer livres do peso da violência.
A prevenção é um escudo que protege os sonhos, permitindo que cada criança seja uma promessa viva, pronta para desabrochar em um mundo que as acolhe e as defende. Nesse contexto, o TdH realizou fóruns com adolescentes de escolas estaduais e municipais que integram o projeto “Elos de Proteção” entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, com um total de 90 participantes na busca pela integração de estudantes a fim de aperfeiçoar as estratégias de proteção contra o abuso sexual nas escolas.
“Nesses fóruns, a programação foi a mesma nos dois dias. Ela envolvia um momento de interação, a dinâmica de acolhida, de interação entre os estudantes, já que eles vinham de escolas e de comunidades diferentes também, então o objetivo era que eles conseguissem se integrar, então a gente fez uma dinâmica com perguntas geradoras que eles pudessem conversar entre si. Depois, a gente teve a formação de grupos […] com o objetivo de que eles entendessem quem já tinha participado do que e como tinha sido essa atividade, como o projeto seria muito alinhado e sincronizado, então as atividades que acontecem em uma escola também acontecem em outra, então nesse primeiro momento eles tiveram um tempo para se misturar e compartilhar como tinham participado das atividades. Na segunda rodada de formação de grupos, agora eles se formavam entre as mesmas escolas, com o objetivo de pensar sobre como que a gente pode combater, enfrentar, prevenir a violência sexual nas escolas deles para o próximo ano, então esses grupos também tiveram um tempo e contaram com material didático”, detalha a assessora técnica de TdH, Evelyne Lima.
Em meio a esta condição de estudante de escolas diferentes, a troca de experiência é sempre um destaque. Afinal, cada um vive um cenário particular. Porém, Lima compartilha que, em ambos os fóruns, os participantes conseguiram conversar tranquilamente.
Apesar do bom aproveitamento das atividades, o trabalho com adolescentes, com jovens, sempre demanda muita atenção dos organizadores, aqui, no caso TdH, além do apoio do grupo Égide.
“É exigido que a gente tenha cuidado, atenção aos detalhes, para que seja positivo para todo mundo, para que seja prazeroso, que não cause mal-estar, mesmo a gente falando de um tema que pode sim ser gatilho para muitas pessoas. Então eu acho que não é que foi mais fácil, mas a experiência que a gente já tem construído ao longo dos anos, com um protagonismo juvenil, sabendo usar uma linguagem adequada, sabendo entender as limitações dos adolescentes e dos jovens, isso facilita o trabalho da gente”, comenta a assessora de TdH Brasil.
Por fim, o impacto que fica sempre é positivo. Desde o próprio caminhar das atividades de forma que foi planejada, assim como o aprendizado que fica para os próximos eventos. Mas, para Evelyne Lima, o maior impacto é na vida daqueles que participaram. Ou seja, sair de sua comunidade, fazer passear pela cidade, se deslocar, permanece na memória dos meninos e meninas que participaram e propõe isso a eles.
“Sair das suas comunidades, das escolas, para ir para um outro espaço, para encontrar com outros jovens para refletir o tema da prevenção da violência sexual tem um efeito, um impacto enorme na vida deles, porque eles vão lembrar sempre daquilo. Então, de certa forma, esse impacto e esse efeito já vêm sendo construído com as atividades do projeto ao longo do ano. Assim, o fórum veio coroar, veio encerrar essa construção que a gente vem fazendo ao longo do ano e que vai perpetuar-se ainda, não só para os próximos anos do projeto até 2026, mas que vai perpetuar na vida deles”, conclui Lima.